Estrelinha Descontente. Descontente lá no céu.
Certo dia perguntou, curiosa, pra mamãe:
Por que é que sou branquinha, se tudo tudo é colorido?
Tudo aqui, e tudo ali. Tudo lá e acolá...
Tudo, tudo é colorido e eu branquinha igual papel.
Olha lá a cor do céu, ora azul, azul clarinho
Outra hora azul marinho.
Olha lá a cor do mar, ora é de um verde-lima
Outra hora verde jade, e depois, verde abacate.
Quisera eu ser colorida! Igualzin que nem na feira...
Na segunda, amarela - amarela abacaxi.
E na terça, bem vermelha - vermelhin igual caqui.
Já na quarta, quero verde - aquele verde do quiwi!
Quinta-feira ser lilás, igual ao que, eu esqueci.
Lá na sexta, eu seria marronzinha igual canela,
Ou quem sabe eu seria uma linda berinjela
Assim seria... seria sim!
Ah, mamãe eu quero ser... ser de toda aquarela.
Sua mãe a tudo achou tão, mas tão inusitado,
Que começou a gargalhar. quaquaqua quá quá quá quá.
Estrelinha olhou pra ela... com os olhos marejados.
De repente, abraço forte... em voz mansa cochichou:
- Seu branquinho cintilante pode ser de qualquer cor!
Então fez-lhe coceguinhas e de rir ruborizou!
Olha lá, eu sou vermelha, festejou dona aquarela.
Faz de novo, faz mamãe! Faz-me agora amarela...