sábado, 28 de setembro de 2013

Meu Chevettinho


Não sou fissurada por carro. Só sei diferenciar um do outro pela cor. Mas tem um modelo de carro que é memorável pra mim: o Chevette. Um Chevettinho 93 em especial. Esse carrinho foi o xodó da minha avó e passou de mão em mão na minha família.

Os primeiros donos foram meus pais em 93, de quem a minha avó comprou o carro quando nos mudamos pro Canadá. Depois disso ela deu o Chevette pra minha tia, mas quando minha tia quis vendê-lo, minha avó o comprou pela segunda vez. Tendo comprado o mesmo carro duas vezes, vovó se recusou a vendê-lo, gastando o que era necessário para mantê-lo sempre bonitinho. Ela dizia que era o seu BMW e é possível que, com todo o zelo que tinha com ele, tenha gastado o preço de um em sua manutenção. Minha avó cuidou dele através dos anos, dando-o a quem precisava e pegando-o de volta quando não precisavam mais.

Minha vez de dirigi-lo chegou quando eu tinha uns 25 anos. Já tinha carteira, mas morria de medo de dirigir e foi o Chevette que me deu coragem de pegar no volante. André, um namorado paciente e corajoso, me deu as primeiras aulas. Em seguida foram minhas amigas de trabalho, que só podiam estar realmente desesperadas por uma carona pra Niterói (20 minutos a mais pra dormir faz toda diferença). Muitas memórias da Chloe, muito valente, sentada na frente do carro, dando uma batidinha na lateral toda vez que eu saía da pista. Da Mariana, que morria de medo, porque eu andava muito rápido e parecia que o carrinho “ia desmontar”. De ouvir “Do Leme ao Pontal” no celular da China, já que não tinha som no Chevettinho. Do calor que era no verão, pois, obviamente, também não tinha ar condicionado. De não poder usar blusa branca quando dirigia, porque o cinto de segurança empoeirado deixava a roupa marcada de marrom.


Não se enganem: o Chevettão 93, com o adesivo “sábado jovem com Cristo” no vidro traseiro, era uma sensação. Por onde passava atraía os olhares. O carro era um verdadeiro “Babe Magnet”. Recebi muitas cantadas a bordo daquele carrinho e ele estava sempre lotado de meninas bonitas! Mas quando me casei ganhei um Uno e devolvi a máquina pra minha avó.

Depois de alguns anos ela decidiu que era hora de abrir mão dele. Todos os netos já tinham seus carros e ela precisava de um carrinho mais novo. Infelizmente, o possante não era mais tão seguro pra ela. O Chevettinho saiu da família e espero que hoje esteja quebrando o galho de alguém por aí. Sôdadi!


Um comentário:

  1. Dá-lhe Chevetão!
    Lembro que a Priscila me emprestou o possante (acho que seria mais um "poçante") para eu ir a Angra dos reis visitar uma empresa na época do mestrado e quase fiquei na Av. Brasil engarrafada na volta.
    Outra recordação foi a de quase atropelar uma galera no Leme, ensinando a Priscila a parar, "debrear", acelerar, etc.
    Carrinho valente...

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