sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Never-a-vever indica para os baixinhos: Poesias infantis, de Olavo Bilac

Graças ao Prof. Carlos Nadalim, tenho refletido muito mais acerca do meu papel como mãe/educadora e, portanto, sobre os livros que leio para as minhas crianças.

Assim, gostaria de indicar aos meus raros, porém assíduos leitores o livro Poesias Infantis do ilustre Olavo Bilac, que dispensa qualquer apresentação.



Talvez vocês estejam pensando: "Mas meu filho é tão pequeno!" Meus amigos, acreditem quando afirmo que as crianças amam rimas e poesias.

Daniel, meu caçula, assim que chega em seu quarto já aponta para o livro e Rebeca praticamente recita de cor A Boneca, cujo texto transcrevo abaixo.

Nossos filhos são capazes de muito mais do que pensamos. Não deixemos de oferecê-los o mundo.

A Boneca

Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira: "É minha!"
—  "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca.
                                                        Olavo Bilac